Onda de calor: buscas por ar-condicionado disparam
A onda de calor que assola as cinco regiões do país nos últimos dias vem forçando os brasileiros a buscarem meios de se refrescar, fazendo com que a demanda por eletrodomésticos com essa função aumente, bem como o seu preço, em meio ao período que antecede a Black Friday, conhecido como "Esquenta Black Friday".
Segundo dados do IPCA de outubro, nos últimos 12 meses, o preço do ar-condicionado disparou 9,24% e o do ventilador, 3,94%. Em comparação com setembro, o ar condicionado ficou 6% mais caro, enquanto o ventilador encareceu 0,20%.
A avaliação de André Almeida, analista do Sistema Nacional de Índice de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é que a onda de calor em diferentes regiões do país pode ter impulsionado o aumento de preços dos aparelhos de ar-condicionado em outubro. "A seca no Amazonas que está afetando a produção de diversas indústrias pode estar contribuindo para alta de preços do ar-condicionado", acrescentou Almeida, além da onda de calor que alimenta a demanda pelo item.
Onda de calor
As cinco regiões do país enfrentam altas temperaturas, próximas ou na casa dos 40 graus Celsius (°C). Elas estão relacionadas ao fenômeno climático do El Niño, que é agravado pelo efeitos do aquecimento global.
Segundo um estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) sobre os impactos das mudanças climáticas no país, o Brasil já teve aumento de 1,5 grau Celsius de temperatura em algumas partes, mudanças no regime de chuvas, crescimento no número de dias secos e maior duração das ondas de calor ao longo das últimas décadas,
"Nossas análises revelam claramente que o Brasil já experimenta essas transformações, evidenciadas pelo aumento na frequência e intensidade de eventos climáticos extremos em várias regiões desde 1961 e que irão se agravar nas próximas décadas proporcionalmente ao aquecimento global", acrescentou Lincoln Alves, coordenador do estudo, em nota divulgada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia.
Na terça (14), a cidade do Rio de Janeiro registrou, às 9h15, a maior sensação térmica desde 2014, de 58,5 graus Celsius (°C). A medição foi feita pela estação do serviço municipal de meteorologia Alerta Rio em Guaratiba, na zona oeste da cidade. No momento, os termômetros marcavam 35,5 graus (°C).
Na segunda (13), a cidade de São Paulo registrou o segundo dia mais quente da história, com 37,7 graus (°C), atrás do recorde histórico de 37,8 graus (°C), de 2014.
* Fonte - Site InfoMoney - www.infomoney.com.br